sábado, 10 de novembro de 2007

A conversão de Voltaire

O catedrático de filosofia Carlos Valverde escreve um surpreendente artigo em que documenta historicamente a conversão de um dos mais célebres inimigos da Igreja Católica.

UM 30 DE MAIO DO ANO 1778: A investigação de documentos antigos sempre mostra surpresas. A última me veio ao folhear o tomo XII de uma velha revista francesa, Correspondance Littérairer, Philosophique et Critique (1753-1793), monumento riquíssimo para conhecer o século do Iluminismo e o começo da Grande Revolução.
Todos sabemos quem foi Voltaire: o pior inimigo que teve o cristianismo naquele século XVIII, em que emitia críticas cruéis. Com os anos crescia seu ódio ao cristianismo e a Igreja. Era nele uma obsessão. Cada noite cria haver afastado a infâmia e cada manhã sentia a necesidade de voltar a declarar: o Evangelho só havia trazido desgraças sobre a Terra.
Manejou como ninguém a ironia e o sarcasmo em seus inúmeros escritos, chegando até o inominável e o degradante. Lhe chamaram de o anticristo. Foi o mestre de gerações inteiras incapazes de compreender os valores superiores do cristianismo, cujo desaparecimento prejudica e empobrece a humanidade.
Pois bem, no número de abril de 1778 da revista francesa acima citada (páginas 87-88) se encontra nada menos que a cópia da profissão de fé de M. Voltaire. Literalmente diz assim:
«Eu, o que escreve, declaro que havendo sofrido um vômito de sangue faz quatro dias, na idade de oitenta e quatro anos e não havendo podido ir a igreja, o pároco de São Suplício quis de bom grado me enviar a M. Gautier, sacerdote. Eu me confessei com ele, se Deus me perdoava, morro na santa religião católica em que nasci esperando a misericórdia divina que se dignará a perdoar todas minhas faltas, e que se tenho escandalizado a Igreja, peço perdão a Deus e a ela.
Assinado: Voltaire, 2 de março de 1778 na casa do marqués de Villete, na presença do senhor abade Mignot, meu sobrinho e do senhor marqués de Villevielle. Meu amigo».
Assinam também: o abade Mignot, Villevielle. Acrescenta:
«Declaramos a presente cópia conforme a original, que foi entregue às mãos do senhor abade Gauthier e que ambos confirmamos e que ambos temos firmado, como firmamos o presente certificado. Paris, 27 de maio de 1778. Abate Mignot, Villevielle».
Que a relação pode estimar-se como autêntica o demonstram outros documentos que se encontram no número de junho da mesma revista - nada clerical, por certo-, pois estava editada por Grimm, Diderot e outros enciclopedistas.
Voltaire morreu em 30 de maio de 1778. A revista lhe exalta como "o maior, o mais ilustre e talvez o único monumento desta época gloriosa em que todos os talentos, todas as artes do espírito humano pareciam haver se elevado ao mais alto grau de sua perfeição".
A família quis que seus restos repousassem na abadia de Scellieres. A 2 de junho, o bispo de Troyes, em uma breve nota, proíbe severamente ao prior da abadia que enterre no sagrado o corpo de Voltaire. A 3 o prior responde ao bispo que seu aviso chega tarde, porque - efetivamente - já tinha sido enterrado na abadia.
A carta do prior é longa e muito interessante pelos dados que contêm. Eis o que mais nos interessa agora: a família pede que ele seja enterrado na cripta da abadia até que possa ser trasladado ao castelo de Ferney. O abade Mignot apresenta ao prior o consentimento firmado pelo pároco de São Suplício e uma cópia - assinada também pelo pároco - "da profissão de fé católica, apostólica e romana que M. Voltaire tem feito nas mãos de seu sacerdote, aprovado na presença de duas testemunhas, das quais uma é M. Mignot, nosso abade, sobrinho do penitente e outro, o senhor marquês de Villevielle (...) Segundo estes documentos, que me pareceram e ainda me parecem autênticos - continua o prior - penso que faltaria com meu dever de pastor se lhe houvesse recusado os recursos espirituais. (...)Nem me passou pelo pensamento que o pároco de São Suplício houvesse podido negar a sepultura a um homem cuja profissão de fé havia legalizado (...). Creio que não se pode recusar a sepultura a qualquer homem que morra no seio da Igreja (...) Depois do meio-dia, o abade Mignot tem feito na igreja a apresentação solene do corpo de seu tio. Cantamos as vésperas dos defuntos; o corpo permaneceu a noite toda rodeado de círios. Pela manhã, todos os eclesiásticos dos arredores (...) tem dito uma missa na presença do corpo e eu celebrei uma missa solene às onze, antes da inumação (...) A família de M. Voltaire partiu esta manhã contente das honras rendidas a sua memória e das orações que temos elevado a Deus pelo descanso de sua alma. Eis aqui os fatos, monsenhor, na mais exata verdade".
Assim me parece que passou deste mundo ao outro aquele homem que empregou seu temível e fecundo gênio em combater ferozmente a Igreja.
A Revolução trouxe em triunfo os restos de Voltaire ao panteão de Paris - antiga igreja de Santa Genoveva - , dedicada aos grandes homens. Na escura cripta, frente a de seu inimigo Rosseau, permanece até hoje a tumba de Voltaire com este epitáfio:
«Aos louros de Voltaire. A Assembléia Nacional decretou em 30 de maio de 1791 que havia merecido as honras dadas aos grandes homens".

Corpos incorruptos de santos e beatos

Veja em:
http://www.veritatis.com.br/article/3417
http://stdominic3order.blogspot.com/2007/01/santos-incorruptos.html
http://www.lepanto.com.br/CorpSant.html
http://www.paginaoriente.com/santosdaigreja/incorruptos.htm
http://www.cot.org.br/igreja/corpos-incorruptos.php

Fé sob ataque

Múltiplos ataques na sociedade pós-cristã
Pe. John Flynn, LCROMA, domingo, 15 de julho de 2007 (ZENIT.org).- A hostilidade em relação ao cristianismo está-se tornando cada vez mais um fato comum em muitos paises. Até nos países mais católicos a religião sempre encontrou oposição, mas como os recentes eventos demonstram, os fiéis estão-se deparando com freqüentes episódios de animosidade, seja por indivíduos ou instituições.O cardeal Carlo Caffarra, arcebispo da cidade italiana de Bolonha, protestou fortemente contra uma representação blasfema da Virgem Maria, parte de uma exibição de arte local. Em 19 de junho, o cardeal presidiu uma missa de reparação pela ofensa, celebrada no templo mariano de São Lucas, conforme reportou o diário Avvenire no dia seguinte.Ainda que autoridades civis tenham ficado longe da exibição, seguindo os protestos da Igreja, os trabalhos de arte foram patrocinados pelo governo local de Bolonha.Apenas alguns dias depois veio uma notícia da Espanha, onde o jornal La Razón noticiou que em 23 de junho investigações legais estava em andamento em relação a imagens pornográficas de santos. Francisco Muñoz, oficial do Partido Socialista encarregado dos temas culturais na região espanhola de Extremadura, denunciado por seu papel em conceder patrocínio oficial a livros do fotógrafo José Antonio M. Montoya.Os livros continham fotos blasfemas de natureza pornográfica não somente em relação a santos, mas também sobre Jesus e Maria. Os livros foram publicados por autoridades do governo local e um deles também continha um prefácio escrito por Montoya.Quando os livros foram publicados este ano, as autoridades eclesiais fizeram fortes protestos. Uma nota de 15 de março de um comitê da Conferência Episcopal espanhola pedia maior respeito pela fé católica. As imagens contidas nos livros não somente são uma ofensa contra os crentes, mas perturbam a consciência de toda pessoa honrada, afirmava o documento.Neo-pagãosEnquanto isso, na França, autoridades prenderam três jovens acusados de ser responsáveis por uma série de profanações de igrejas em maio, incluindo uma capela do século XVI que foi queimada por inteiro. De acordo com uma reportagem publicada no jornal Le Monde em 26 de junho, os homens foram presos no dia 21 de junho pela policia da cidade de Quimper, na região da Bretanha, no noroeste do país.Os homens escreviam as inicias TABM nos lugares onde realizavam seus ataques, e anteriormente pensava-se que eles pertenciam a um grupo satânico. Depois se descobriu que os homens pertenciam ao grupo neo-pagão chamado «True Amorik Black Metal».Uma ofensa de natureza diferente foi confrontada pela Igreja da Inglaterra recentemente. A empresa de mídia Sony incluiu imagens de uma violenta troca de tiros na Catedral de Manchester como parte de um de seus novos jogos para o console de vídeo-game Playstation 3, como noticiou o jornal Times em 13 de junho. O deão da catedral, Rogers Govender, descreveu o jogo como um «sacrilégio virtual».Após protestos da Igreja Anglicana, apoiados no Parlamento pelo então primeiro-ministro Tony Blair, a Sony se retratou, segundo o Times, dois dias depois. A empresa disse que eles não tinham intenção de causar ofensa, mas ao mesmo tempo não indicaram que iriam retirar qualquer coisa do jogo ou atender ao pedido de que fizessem uma doação para o trabalho da catedral em educar os jovens contra o crime.O paganismo também retornou na Grécia, segundo o jornal britânico The Guardian, em 1 de fevereiro. O artigo fala sobre uma recente cerimônia pagã presidida pela autodenominada sacerdotisa Doreta Peppa, nas ruínas de um templo Ateniense dedicado ao antigo deus grego Zeus. De acordo com o Guardian, esta foi a primeira cerimônia do tipo desde que o Império Romano abandonou as religiões pagãs no quarto século.De acordo com o artigo, no ano passado, o grupo Ellinais, do qual Peppa faz parte, obteve reconhecimento legal como uma associação cultural. Isto foi um notável acontecimento, já que na Grécia todas religiões não-cristãs, excetuando-se o Islã e o Judaísmo, são proibidas. Membros do grupo esperam obter aprovação oficial para realizar cerimônias pagãs de batismo, casamento e funerais.Os pagãos também fazem progresso nos Estados Unidos, onde Wiccans (seguidores da Wicca, n.d.T.) recentemente ganharam uma batalha com o U.S. Departamento of Veterans Affair, como noticiou a Associated Press em 23 de Abril. O pentagrama da Wicca agora faz parte da lista de emblemas alojados em cemitérios nacionais em lápides governamentais de soldados mortos. O governo aceitou adicionar o símbolo a sua lista para acabar com um processo iniciado por um grupo de famílias.Discriminação cristãOutra vitória para os pagãos ocorreu na Escócia, onde a Universidade de Edimburgo deu permissão para a Sociedade Pagã ter sua conferência anual no campus, segundo o jornal Scotland de 27 de maio.A decisão gerou protestos por parte da União Cristã da universidade, que anteriormente viu um de seus eventos banido pelas autoridades do campus porque falava sobre os perigos da homossexualidade.«Está OK para outras religiões, como as pagãs, ter sua voz na universidade, mas há uma relutância aparente a permitir cristãos a fazerem o mesmo», comentou Matthew Tindale, da equipe da União Cristã.O artigo também citou Simon Dames, porta-voz da Igreja Católica na Escócia, que declarou ter sentido que a permissão para o festival pagão ir adiante enquanto barram o encontro da união é um exemplo de «Cristofobia».Os cristãos também estão alegando injusta discriminação em um caso inglês, agora no Tribunal Superior, segundo a BBC divulgou em 22 de junho. Lydia Playfoot, uma estudante de 16 anos, acusou a Millais School, em Horsham, West Sussex, de discriminação contra os cristãos por banir o uso de anéis de pureza.Ela foi ordenada pelo funcionário da escola para retirar seu anel, que simboliza castidade, ou seria expulsa. De acordo com a BBC um grupo de garotas da escola estava usando os anéis como parte de um movimento que originou nos Estados Unidos, chamado «Silver Ring Thing».A escola alegou que usar o anel infringia as regras em relação ao que as garotas podem usar. Playfoot protestou, apontando que alunas Sikh e Muçulmanas podem usar braceletes e véus na sala de aula. Ela também alegou que outras alunas regularmente quebram as regras com brincos no nariz, piercings na língua e cabelo tingido.Quando Playfoot recusou em remover o anel foi retirada da classe em mandada estudar por conta própria. A única razão de proibir os anéis foi porque a escola recusa “respeitar os aspectos da fé cristã que eles não estão familiarizados”, disse à BBC.União EuropéiaNum nível mais amplo, qualquer esperança de que a União Européia abrandasse sua oposição ao cristianismo apagou-se definitivamente. A Alemanha assumiu a presidência rotativa da União Européia no primeiro semestre deste ano e a Chanceler Angela Merkel declarou que deseja reabrir o debate sobre se deveria ou não o prólogo da nova constituição proposta mencionar a herança cristã do continente, de acordo com o Deutshce Welle em 24 de março.«Eu acredito que este tratado deveria estar ligado ao cristianismo e Deus, porque o cristianismo foi decisivo na formação da Europa», ela disse após um encontro com Bento XVI ano passado.Contudo, Merkel admitiu logo após que não havia esperança real de ter alguma menção na nova Constituição, de acordo com o mesmo Deutsche Welle em 15 de maio.Na Alemanha, a Igreja está preocupada com o futuro do cristianismo, como evidenciou num recente comentário o cardeal Karl Lehmann, presidente da Conferência Episcopal alemã. De acordo com uma reportagem de 22 de junho do Deutsche Welle, o cardeal alertou que um zelo demasiado pela neutralidade religiosa do Estado pode levar a que todos os credos venham a ser tratados da mesma forma, independentemente do número de seus fiéis e de sua história.«A profunda ligação cultural entre o cristianismo e nosso Estado legal, que veio da Idade Média, ou antes, não pode simplesmente ser ignorada», disse Lehmann, em um discurso dado na cidade de Karlsruhe.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Valor do sofrimento

"Um instante de sofrimento aceito com resignação prepara, para quem sabe aproveitá-lo, um peso eterno de glória."
São Luis Maria Grignion de Montfort (1673 - 1716).

sábado, 3 de novembro de 2007

O Exorcismo de "Marta"

"O correspondente religioso de EL MUNDO vai, incrédulo, ao exorcismo que um sacerdote autorizado pelo Vaticano irá realizar. Mas fica comovido ao ver o que acontece com a jovem possuída pelo diabo" :
http://www.acidigital.com/apologetica/exorcismo/sesion1.htm

"O editorial de Hispanidad.com correspondente à edição de segunda-feira 30 de setembro é longo, mas garanto que vale a pena. É uma descrição, em primeira pessoa, de uma cerimônia de exorcismo celebrada em uma capela de Alcalá de Henares (Madri), cujo objetivo era libertar uma jovem possessa. Nessa sessão, de duas horas e meia de duração, estiveram presentes o diretor de Opinião de Hispanidad, Javier Paredes, e Luis Losada, que é o narrador. Outra sessão anterior, narrada pelo diretor de Religião do jornal El Mundo, José Manuel Vidal, e pelo responsável dessa mesma seção na agência EFE, provocou uma grande revolução. A sessão foi contada em El Mundo, e Vidal concluía dizendo que o que ele viu "não era uma montagem". De imediatamente, a reação de muitos (por exemplo, a de alguns leitores de El Mundo) foi a mesma: Como é possível que um jornal sério conte estas coisas? Ao que parece, ninguém se preocupou em adotar a atitude mais científica de todas: comprovar os fatos. Neste caso, como em qualquer outro descobrimento ou testemunho humano, cabem três atitudes: ou alguém enganou as testemunhas do exorcismo, ou as testemunhas enganam, ou é verdade que os demônios existem e que podem possuir o corpo de uma pessoa, sempre com a permissão divina.
Animo-lhes a ler o testemunho de Luis Losada, ratificado por Javier Paredes, sem preconceitos" : http://www.acidigital.com/apologetica/exorcismo/sesion2.htm

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Comentário do pregador da Casa Pontifícia à Solenidade de Todos os Santos

ROMA, quarta-feira, 31 de outubro de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos o comentário do Pe. Raniero Cantalamessa, ofmcap. – pregador da Casa Pontifícia - sobre a liturgia da Solenidade de Todos os Santos.

Apocalipse 7, 2-4. 9-14; João 3, 1-3; Mateus 5, 1-12a

Quem são os santos? Faz tempo que os cientistas enviam sinais ao cosmos em espera de respostas por parte de seres inteligentes em algum planeta perdido. A Igreja desde sempre mantém um diálogo com os habitantes de outro mundo, os santos. É o que proclamamos ao dizer: «Creio na comunhão dos santos». Ainda que existissem habitantes fora do sistema solar, a comunicação com eles seria impossível, porque entre a pergunta e a resposta passariam milhões de anos. Aqui, ao contrário, a resposta é imediata, porque existe um centro de comunicação e de encontro comum que é Cristo Ressuscitado. Talvez também pelo momento do ano em que cai, a Solenidade de Todos os Santos tem algo especial que explica sua popularidade e as numerosas tradições ligadas a ela em alguns setores da cristandade. O motivo está no que diz João na segunda leitura. Nesta vida, «somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que seremos»; somos como o embrião no seio da mãe que anseia nascer. Os santos «nasceram» (a liturgia chama «dia do nascimento», dies natalis, no dia de sua morte); contemplá-los é contemplar nosso destino. Enquanto ao nosso redor a natureza se desnuda e caem as folhas, a festa de todos os santos nos convida a olhar para o alto; e nos recorda que não estamos destinados a ficar na terra para sempre, como as folhas. A passagem do Evangelho é a das bem-aventuranças. Uma em particular inspirou a escolha da passagem: «Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados». Os santos são aqueles que tiveram fome e sede de justiça, isto é, na linguagem bíblica, de santidade. Não se resignaram à mediocridade, não se contentaram com meias palavras. A primeira leitura da Solenidade nos ajuda a entender quem são os santos. São «os que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro». A santidade se recebe de Cristo; não é uma produção própria. No Antigo Testamento, ser santos queria dizer «estar separados» de tudo o que é impuro; na acepção cristã, quer dizer o contrário, ou seja, «estar unidos», mas a Cristo. Os santos, isto é, os salvos, não são só os que o calendário ou o santoral enumeram. Existem os «santos desconhecidos»: que arriscaram suas vidas pelos irmãos, os mártires da justiça e da liberdade, ou do dever, os «santos leigos», como alguém os chamou. Sem saber, também suas vestes foram lavadas no sangue do Cordeiro, se viveram segundo a consciência e lhes importou o bem dos irmãos.Surge espontaneamente uma pergunta: o que os santos fazem no paraíso? A resposta está, também aqui, na primeira leitura: os salvos adoram, deixam suas coroas ante o trono, exclamando: «Louvor, honra, bênção, ação de graças...». Realiza-se neles a verdadeira vocação humana, que é a de ser «louvor da glória de Deus» (Ef 1, 14). Seu coro é guiado por Maria, que no céu continua seu canto de louvor: «Minha alma proclama a grandeza do Senhor». É neste louvor que os santos encontram sua bem-aventurança e seu gozo: «Meu espírito se alegra em Deus». O homem é aquilo que ama e aquilo que admira. Amando e louvando a Deus, ele se une Deus, participa de sua glória e de sua própria felicidade.Um dia, um santo, São Simeão, o Novo Teólogo, teve uma experiência mística de Deus tão forte que exclamou para si: «Se o paraíso não for mais que isso, já me basta!». Mas a voz de Cristo lhe disse: «És bem mesquinho se te contentas com isso. O gozo que experimentaste em comparação com o do paraíso é como um céu pintado no papel com relação ao verdadeiro céu».
[Tradução realizada por Zenit]